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Foto do escritorB.Bessone

Identificar que está em um relacionamento abusivo é o primeiro passo para conseguir se libertar dele



Dra. Karine Bessone dá dicas de como se livrar de ser infeliz em uma relação devido às atitudes do(a) companheiro(a)


Diminuição da autoestima. Convívio em ambiente violento, tanto física quanto emocionalmente. Perda de liberdade e privacidade. Desenvolvimento de problemas psicológicos. Se você ou alguma mulher que conhece se enquadra a alguns dos tópicos citados no início deste texto, atenção! Estes são prejuízos claros de quem sofre abuso em uma relação.


No início deste mês, a apresentadora Adriane Galisteu, de 49 anos, revelou, em seu canal no Youtube, que já esteve em um relacionamento abusivo. Mas que, na época, não percebeu o que estava se passando. Só se deu conta anos depois.


“Claro que agora a gente percebe eles (relacionamentos abusivos), porque tem informação. Na nossa época, a informação era outra. A gente só percebeu que a gente teve um relacionamento abusivo depois que entendeu o que era um relacionamento abusivo”, contou.


Ela também citou os abusos que sofreu - e que podem passar despercebidos por muitas mulheres. "Então ele começa com ciuminho: 'Ah, não vai ali... Ah, não faz o sei o quê... Não põe essa roupa, porque você fica linda demais, eu não gosto'. E faz sempre o fofo. Sempre muito fofo", apontou.


Dados recentes da ONU Mulheres confirmam que, durante a pandemia de covid-19, os níveis de violência contra mulheres e meninas aumentaram. Em 13 países, quase metade de todas as mulheres relatou que elas ou uma conhecida começaram a sofrer violência de gênero durante a pandemia. Além disso, quase um quarto das mulheres relatou que os conflitos domésticos se tornaram mais frequentes. Proporção semelhante às que disseram se sentir menos segura em casa.


“A primeira coisa que a mulher precisa fazer é ter a certeza do que quer. Precisamos ajudar a pessoa a identificar se ela está num relacionamento próspero, bom, suportável, que vale a pena investir, manter ou não. Feito esse marco, ela precisa saber como se preparar para sair disso. Não é simplesmente virar as costas e sair, entrar com uma medida protetiva. É importante que a mulher seja bem direcionada e bem informada sobre até onde e como ela deve agir”, salienta a advogada Karine Bessone, especializada em direito da família.


De acordo com a pesquisa “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher — 2021”, realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, cerca de 86% as mulheres brasileiras percebem um aumento na violência cometida contra pessoas do sexo feminino durante o último ano.


Para 71% das entrevistadas, o Brasil é um país muito machista e 68% das brasileiras conhecem uma ou mais mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar. Ao mesmo tempo, 27% declaram já ter sofrido algum tipo de agressão por um homem. Ainda de acordo com o estudo, 18% das mulheres agredidas por homens convivem com o agressor. Já 75% não denunciam por medo.


No Brasil, foram criadas quatro leis no ano passado que representam avanços no direito da mulher: Lei contra o Stalking, Lei da violência psicológica, Lei da violência política e Lei Mari Ferrer.


Em um relacionamento abusivo, existe pelo menos um destes tipos de violência: verbal, emocional, psicológica, física, sexual, financeira e tecnológica (desde o controle velado das redes sociais da vítima até insistência em obter senhas pessoais, controle de conversas, curtidas e amizades online). Para caracterizá-lo, são levados em conta fatores como o sofrimento causado em uma pessoa, a frequência dos abusos, ciclos de agressão e escalonamento da violência.


E que acontecem em todas as camadas sociais. Até mesmo entre pessoas famosas, de diversas idades. Como a ex-modelo e atriz Luiza Brunet, atualmente com 59 anos e que denunciou o então marido por violência doméstica. E a atriz Duda Reis que também denunciou abuso e violência que sofreu em um relacionamento - com o cantor Nego do Borel. Na época, a atriz e influenciadora digital, estava com 19 anos e já usava as redes sociais para ajudar outras mulheres. Este ano, ela criou um instituto para ajudar mulheres vítimas de violência.


“Muitas vezes, motivada pela paixão, você acaba sendo melhor para o outro do que com você mesma. Aí começa o relacionamento abusivo: quando você se anula e começa a se ver controlada pelo outro. E na maioria das vezes, quando o outro vê você se doando e/ou se anulando demais, a pessoa é egoísta o suficiente para gostar do que está acontecendo”, destaca dra. Karine Bessone.


Como sair de um relacionamento abusivo


  • O primeiro passo, sem dúvidas, é reconhecer. Entender que a mulher não precisa de um relacionamento desse tipo e que não vai aceitá-lo;

  • Conversar com alguém de sua confiança, que pode ajudar a mulher a aceitar que está sofrendo um relacionamento abusivo e a pensar em medidas a serem tomadas;

  • Procurar ajuda: ligar para o 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou procurar uma Delegacia da Mulher.

  • Não ameaçar: tomar as devidas atitudes, sem ficar dizendo que “vai deixá-lo(a)”.

  • Fortalecer a autoestima: não leve a sério as ofensas que seu(ua) parceiro(a) fez a você. Foque nas suas qualidades e lembre-se de que você tem ao seu redor pessoas que te amam e te apoiam.

  • Terminar o relacionamento: é o passo mais difícil, mas um relacionamento abusivo não deve ser mantido.



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