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Foto do escritorB.Bessone

Sorteios de itens de luxo nas redes sociais são ilegais e escondem golpes; fique por dentro

Prisão de influencer "Big Jhow” vale como alerta para internautas

Rifa prometendo um Lamborghini: ilegal | Créditos: Freepik Premium


"Não se trata de simples rifa de bem de valor desprezível, mas de operação milionária, cujo produto fatalmente terá que ser branqueado”. Assim o juiz Jerônimo Grigoletto Goellner justificou a decisão de determinar a prisão preventiva do influenciador Elizeu Silva Cordeiro, mais conhecido como "Big Jhow”, no condomínio onde mora, na cidade de Esmeraldas, em Minas Gerais. Ele é investigado por lavagem de dinheiro e por promover sorteio ilegal de veículos de luxo por meio de uma espécie de rifa virtual.


O mais grave é que o acusado já havia sido alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal, na semana passada, na qual foi apreendida uma Lamborghini, anunciada em sorteio. Mesmo após a operação, o suspeito prometeu aos mais de 1 milhão de seguidores que iria entregar, ao vencedor da rifa, o valor referente ao veículo.

Diante da reincidência, o magistrado concluiu que Big Jhow não “respeita as determinações judiciais e os preceitos legais” e “insiste em promover alienação que sabe ilegal”.


A decisão foi encaminhada no domingo (13/11) mesmo à Polícia Civil de Minas Gerais, que fez a prisão. "O objetivo do sequestro do veículo era o encerramento dos sorteios ilegais, mas o investigado afrontou a polícia judiciária e o Poder Judiciário e continuou com o negócio, perpetuando o ciclo de lavagem, daí a necessidade da custódia provisória", disse o delegado Fernando Cocito, diretor da DRF.


Em Minas Gerais, agentes apreenderam, ainda, uma lancha e um jet ski avaliados em R$ 700 mil. Também foram bloqueados R$ 12 milhões de reais em contas de pessoas físicas e jurídicas. A investigação contou com o apoio da Subsecretaria de Apostas e Promoção Comercial da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Economia.


Em seus stories, Big Jhow exibia os "top compradores" das cotas para o sorteio do veículo. Um deles teria comprado 3,1 mil partes no sorteio (mais de R$ 61 mil).Ele postou: "O maior projeto do meu Instagram é esse. Mais de 65% dos números já foram. Aposte, garanta seu número da sorte. Se você não tem condição, compra um número só que não vai te apertar. R$ 24,90 uma cota. A partir de 10 números, é R$ 19,90”.


Esse não foi um caso isolado. Em março deste ano, o influencer Kleber Rodrigues de Moraes, o "Klebim", foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal por participar de um esquema semelhante, envolvendo jogos de azar e lavagem de dinheiro. Ele e seu grupo sorteavam veículos de luxo entre os seguidores (1,4 milhão de pessoas) usando rifas em plataformas externas, como o Mercado Pago e PayPal. Na época, a polícia informou que o esquema movimentou mais de R$ 20 milhões para contas de empresas de fachada.


Mas, então, como evitar cair num golpe assim?


Primeiro é importante saber que a prática é considerada clandestina e irregular. Portanto, não participe e não ceda aos apelos de uma promessa fantasiosa, embora é notório que influenciadores que promovem sorteios de veículos e outros itens caros no Instagram estão entre as contas com mais engajamento na plataforma.


Saiba que a legislação permite sorteios e rifas com venda de cotas apenas para instituições filantrópicas e com autorização especial, via Loteria Federal. Segundo o Ministério da Economia, "a exploração de bingos, loterias e sorteios é atividade ilegal e constitui contravenção penal", além de ser um "serviço público exclusivo da União”.


Veja os pré-requisitos para a realização de um sorteio:


  • O dinheiro arrecadado deve ser destinado à manutenção ou custeio da organização que organizou a rifa e apenas para finalidades de promoção cultural, educacional, de saúde, assistência social, segurança alimentar, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;

  • Os recursos devem ser utilizados em tarefas relacionadas aos objetivos institucionais ou para pagamento de contas de água, energia, telefone, internet, entre outros;

  • Os organizadores precisam ainda se enquadrar no termos do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, não podem não podem participar de campanhas político-partidárias ou eleitorais.

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